A qualidade é o alicerce da segurança transfusional. Em um banco de sangue, onde cada resultado laboratorial impacta diretamente a vida de um paciente, o Controle de Qualidade (CQ) é mais do que uma exigência técnica, é uma garantia de confiança e rastreabilidade em todos os processos.
Na imuno-hematologia, o CQ tem papel fundamental na prevenção de erros técnicos, na detecção de falhas analíticas e na validação de reagentes e equipamentos, assegurando que todos os testes realizados, desde a tipagem ABO até a pesquisa de anticorpos irregulares, apresentem resultados precisos e reproduzíveis.
O que é Controle de Qualidade na imuno-hematologia
O Controle de Qualidade é o conjunto de procedimentos planejados e sistemáticos que visam verificar e manter a precisão, exatidão e consistência dos resultados laboratoriais.
Na prática, o CQ é dividido em duas frentes complementares: o Controle Interno (CQI) e o Controle Externo (CQE).
Controle Interno de Qualidade (CQI)
O Controle Interno é realizado diariamente no próprio laboratório, banco de sangue ou agência transfusional, utilizando amostras ou reagentes conhecidos, com o objetivo de monitorar o desempenho das técnicas e reagentes utilizados.
No setor de imuno-hematologia, o CQI é aplicado, por exemplo, na:
- Verificação da reatividade esperada de reagentes de tipagem ABO e Rh;
- Conferência da potência das hemácias-teste e dos soros-controle;
- Avaliação da leitura de reações em gel, tubo ou microplaca;
- Validação de equipamentos automáticos e semi-automáticos.
Além disso, de acordo com a Portaria de Consolidação nº 5/2017, Anexo IV (Hemoterapia), também deve ser realizado controle de qualidade específico a cada nova remessa ou lote de reagentes, antes de sua liberação para uso na rotina.
Essa etapa garante que todos os lotes estejam dentro dos padrões de desempenho esperados, prevenindo falhas que poderiam comprometer a interpretação dos testes sorológicos.
Um controle interno eficiente permite identificar desvios rapidamente, corrigir falhas antes que interfiram nos resultados e documentar a estabilidade dos sistemas de teste, exigência fundamental das normas da ANVISA e da AABB (Associação Americana de Banco de Sangue).
Para facilitar essa rotina, a Martell oferece Controles de Qualidade prontos para uso, desenvolvidos especificamente para aplicações em imuno-hematologia. Esses controles possuem padronização rigorosa, estabilidade comprovada e excelente reprodutibilidade, reduzindo o risco de variações intertécnicas e garantindo maior segurança na interpretação dos resultados.
Controle Externo de Qualidade (CQE)
Já o Controle Externo é um processo de avaliação independente, no qual o laboratório recebe amostras de um provedor externo e realiza os testes sem conhecer o resultado esperado. Após o envio das respostas, o desempenho do laboratório é comparado com o de outros participantes e com valores-referência definidos pelo programa.
O CQE tem como principais objetivos:
- Verificar a confiabilidade global dos resultados;
- Identificar tendências de erro não detectadas internamente;
- Garantir conformidade com padrões nacionais e internacionais;
- Demonstrar a competência técnica em auditorias e acreditações (como a própria AABB, ABHH – Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, ISO e ONA).
Essa prática também promove o aperfeiçoamento contínuo das equipes, estimulando a revisão de protocolos, calibrações e fluxos analíticos.
Por que investir em controles de qualidade de alta performance
Falhas no controle de qualidade podem levar a resultados falsos, identificações incorretas de grupos sanguíneos ou interpretações errôneas de anticorpos, situações que colocam o paciente em risco.
A adoção de uma política de qualidade sólida no banco de sangue reflete o compromisso ético com o paciente. O Controle de Qualidade, aliado a reagentes e produtos de confiança, forma a base da segurança transfusional — prevenindo reações adversas e fortalecendo a credibilidade dos serviços de hemoterapia.
Com o apoio da Martell, o banco de sangue tem a tranquilidade de trabalhar com materiais certificados, reprodutíveis e validados, mantendo um padrão de excelência compatível com os maiores centros de referência nacionais e internacionais.
O Controle de Qualidade em imuno-hematologia não é apenas um requisito regulatório, é uma ferramenta indispensável de gestão de risco e aprimoramento contínuo.
Implementar boas práticas de CQ, com produtos confiáveis e metodologia padronizada, é o que garante a integridade dos resultados e a segurança de cada transfusão.
A Martell reafirma seu compromisso com a qualidade e a inovação, oferecendo soluções completas para o controle interno e externo nos bancos de sangue de todo o Brasil.
Referências
- AABB Technical Manual, 21ª edição. Bethesda, MD: American Association of Blood Banks, 2023.
- Brasil. Ministério da Saúde. Manual Técnico de Hemoterapia. 5ª ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
- Brasil. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação nº 5, de 28 de setembro de 2017. Anexo IV – Do Sangue, Componentes e Hemoderivados.
- ANVISA. RDC nº 34/2014 — Boas Práticas no Ciclo do Sangue.