Pesquisa de Anticorpos Irregulares: obrigatória e indispensável na rotina transfusional

A Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI) é um dos exames mais importantes da imuno-hematologia. Seu objetivo é identificar a presença de anticorpos anti-eritrocitários adquiridos por sensibilização prévia (gestações, transfusões ou transplantes) e que podem causar reações transfusionais graves se não forem detectados.

O que diz a legislação:

  • Em pacientes: o PAI deve ser realizado com no mínimo duas células de triagem, com perfis antigênicos distintos (com atenção ao efeito de dose – spoiler dos próximos temas aqui do nosso blog)
  • Em doadores: a triagem pode ser feita com duas, três, quatro hemácias ou até mesmo um pool de hemácias.

 

Em quais casos deve ser solicitado?

  • Pré-transfusionais: obrigatório antes de qualquer transfusão de hemocomponentes (concentrado de hemácias e plaquetas), para evitar reações hemolíticas.
  • Pré-transplantes: essencial para garantir o sucesso pós-transplante e reduzir risco de complicações imunológicas.
  • Gestantes: deve ser realizado em todas as gestantes, e não apenas nas RhD negativas. Isso porque qualquer mulher pode desenvolver aloimunização contra outros antígenos eritrocitários clinicamente significativos (Kell, Duffy, Kidd etc.), que podem levar à Doença Hemolítica Perinatal.

 

Por que ele deve ser feito sempre?

  • Garante que anticorpos clinicamente significativos não passem despercebidos.
  • Aumenta a segurança transfusional.
  • Reduz risco de reações hemolíticas, tanto imediatas quanto tardias (uma lembrança para os anticorpos contra o sistema Kidd, que adoram baixar o título e passarem despercebidos na PAI e depois causam reação tardia)
  • Fortalece a qualidade e confiabilidade do serviço de hemoterapia.

 

Como o PAI é realizado?

O exame é feito incubando o soro do paciente com hemácias “O” humanas de triagem, que apresentam uma configuração antigênica para os principais sistemas de grupos sanguineos conhecida. Essa configuração é disposta em tabela que acompanha cada lote.

A reação é observada em diferentes técnicas (como gel card, tubo ou microplaca), detectando a presença ou não de aglutinação, que indicam um anticorpo irregular.

 

Soluções Martell para a rotina de PAI

A Martell disponibiliza hemácias de triagem padronizadas que atendem às exigências legais e garantem resultados consistentes:

  • Serascan Diana 2, Serascan Diana 3 e Serascan Diana 4: suspensões de 2 a 4 células, em meio conservador a 0,8%, com ampla cobertura antigênica.
  • Serascan Diana Dia: hemácia com antígeno Diª+, essencial em investigações específicas, principalmente no Brasil onde a presença de anti-Dia e anti-Dib é mais frequente quando comparada a outras populações.
  • Sero-Cyte Pool 0,8%: ideal para triagem em doadores, de forma prática e segura.

No fim, a PAI não é apenas uma exigência regulatória: é um passo essencial para preservar a vida e a segurança transfusional.