O que é conexão estéril?

Na rotina transfusional, não basta coletar e estocar o sangue: é preciso adaptá-lo às necessidades específicas de cada paciente. Isso pode envolver desde a realização de uma leucorredução até a preparação de alíquotas para recém-nascidos ou a conexão de bolsas em sequência para diferentes processos.

O grande desafio é que, sempre que o sistema da bolsa é aberto, a validade do hemocomponente despenca. Um concentrado de hemácias que teria 35 a 42 dias de validade pode cair para até 24 horas de uso. Além disso, a abertura expõe o conteúdo ao risco de contaminação bacteriana, que está diretamente associada a reações transfusionais sépticas — uma das complicações mais graves e evitáveis na prática clínica.

É aqui que a conexão estéril se torna indispensável.
Ao soldar os segmentos das bolsas de forma totalmente fechada (molhado para molhado como pool de plaquetas ou molhado para seco como para o procedimento de leucorredução ou aliquotagem), mantemos a integridade do sistema e, com isso:

  • Preservamos a validade original dos hemocomponentes.
  • Garantimos segurança microbiológica.
  • Reduzimos perdas por descarte.
  • Ganhamos flexibilidade para fracionar e redistribuir componentes sem comprometer sua qualidade.

Como funciona a solda na conexão estéril?

O princípio é simples, mas altamente eficaz. Você posiciona os segmentos das bolsas em um compartimento interno do equipamento. Uma lâmina aquecida — geralmente de cobre, devido à sua excelente condutividade térmica — corta simultaneamente as extremidades.

No mesmo instante, o sistema mantém essas superfícies aquecidas e as pressiona, promovendo a fusão das paredes plásticas do tubo. Ao final, temos uma união contínua, firme e completa esterilidade, já que o calor elimina microrganismos no ponto da solda e o interior nunca é exposto ao ambiente.

O resultado é uma conexão tão resistente quanto o próprio segmento original, livre de vazamentos e capaz de suportar manipulações subsequentes sem risco de contaminação. Só cuidado na manipulação depois, o ideal é selar a solda após o procedimento feito, pois dependendo da força que a manipulação acontecer, o sistema pode ser aberto.Tenha cautela na manipulação pós-procedimento, principalmente lá no quarto do paciente. Recomenda-se selar o segmento depois da solda após a conclusão, pois a força excessiva durante a manipulação pode comprometer a integridade do sistema.

Do ponto de vista do paciente, isso significa receber um hemocomponente íntegro, com menor risco de reação adversa e maior eficácia terapêutica. Para o serviço de hemoterapia, significa mais eficiência no uso do estoque, atendimento adequado às unidades críticas (como UTI neonatal) e conformidade com exigências regulatórias nacionais (RDC 34/2014 – ANVISA) e internacionais (AABB).

A evolução tecnológica também transformou a prática: se antes havia necessidade de improvisos ou técnicas pouco seguras, hoje contamos com equipamentos compactos, portáteis e de alta precisão, que asseguram conexões confiáveis e livres de vazamento.

Soluções Martell

A evolução tecnológica trouxe equipamentos mais seguros, portáteis e fáceis de usar. A Martell disponibiliza soluções que se adaptam a diferentes cenários:

  • O Genesis Rapid Weld GRW430 alia rapidez, interface touch intuitiva e tecnologia exclusiva de clamps que elimina fluido do ponto da solda, garantindo conexões firmes e estéreis.

  • O Genesis TCD B40 foca na praticidade, com carregamento único de lâmina de cobre, eliminação de fluido no ponto de soldagem e conexões completamente contidas.

Em comum, ambos entregam aquilo que é essencial: a possibilidade de realizar procedimentos complexos sem abrir o sistema da bolsa, preservando validade, segurança e confiabilidade.

No fim do dia, cada detalhe no preparo do hemocomponente importa. E a conexão estéril é um desses detalhes que não só evita riscos, como salva vidas.